Entendo as Atividades de Inteligência e Contrainteligência.

06/10/2013 16:52

Entendendo as Atividades de Inteligência e Contra Inteligência

Cada vez mais as notícias sobre atividades realizadas pelas agências de inteligência ao redor do mundo são destaques nas mídias internacionais. Mas quais os papéis dessas agências? O que seriam as atividades de inteligência? E as atividades de contra inteligência?

Nesta série de artigos buscamos apresentar os conceitos e atividades de inteligência e de contra inteligência, e como as mesmas se relacionam com a segurança da informação no ambiente governamental e corporativo.

Atualmente, os principais serviços de inteligência são os do Governo Britânico (SIS, também conhecido popularmente como MI6) e do Governo Americano (CIA). No Brasil, as atividades de inteligência são de responsabilidade da ABIN, órgão central do SISBIN (Sistema Brasileiro de Inteligência). Além de agências governamentais, existem ao redor do mundo empresas privadas especializadas neste tipo de atividade.

Os principais interessados e protagonistas das notícias relacionadas as atividades de inteligência são os governos, que buscam obter informações que possam lhe garantir alguma vantagem frente as demais nações ou a segurança de seus cidadãos. Essas informações são obtidas através de agentes das agências citadas anteriormente ou de empresas terceirizadas.

Mas as atividades de inteligência não se restringem às agências e aos órgãos de governo para atender necessidades do Estado. As corporações utilizam cada dia mais serviços privados de inteligência para obter informações e segredos comerciais de concorrentes, buscando obter vantagens no mercado e se antecipar as ações de concorrentes.

INTELIGÊNCIA

É sabido que vivemos na Era da Informação, era que se estabeleceu após a Era Industrial, após a década de 80, mas com suas bases sendo estabelecidas desde o começo do século XX, principalmente na década de 70.

O renomado consultor Peter Drucker foi a primeira pessoa a chamar a era atual como Era da Informação, em um de seus livros justifica o começo dessa nova Era com a atitude de soldados americanos que, ao retornar da II Guerra Mundial, exigiam colocação em uma universidade. Neste momento o conhecimento estava sendo mais valorizado que o trabalho simplesmente manual.

Já o sociólogo americano Daniel Bell destaca como o marco principal para a Era da Informação quando o número de colarinho brancos ultrapassa o número de operários. Neste momento, o poder direcionava-se para quem possuía algum conhecimento que pudesse interessar a outros.

Embora a informação tenha ganho destaque e um papel importante na nossa sociedade recentemente, existem registros de atividades de inteligência há mais de 3 mil anos. O primeiro tratado oficial de inteligência é de 510 antes de Cristo, de autoria do general chinês Sun-Tzu e chamado de “Princípios da Guerra”.

Os serviços de inteligência começaram a ganhar destaque durante as grandes guerras, período onde algumas das principais agências de inteligência foram estruturadas. As atividades de inteligência tiveram um papel importante durante o período de guerra, onde eram utilizados para obter informações privilegiadas de outras nações. Um dos casos mais conhecidos durante as grandes guerras é a quebra dos códigos de cifragem dos Alemães (Enigma) pelos Britânicos.

Com a importância que as informações e o conhecimento começavam a ganhar na nossa sociedade nessa nova Era, as principais agências de inteligência são ligadas a órgãos de assuntos estratégicos do governo. Sua principal função são as atividades de coleta e análise de informações e conhecimentos, sendo essas informações secretas/privadas ou públicas, para garantir a segurança e soberania do Estado e o bem estar de seus cidadãos.

Um papel fundamental dos serviços de inteligência é a análise de informações. Através dessa análise, é possível entregar o melhor resultado, levando em conta as informações obtidas, qualidade e veracidade das mesmas, além de diversos outros fatores relevantes.

CONTRA INTELIGÊNCIA

Assim como os serviços de inteligência começaram a ganhar destaque e importância com as atividades de coleta e análise de informações, os Estados e organizações se viram obrigados a proteger suas informações estratégicas das atividades de inteligência de outras nações e organizações. A partir dessa necessidade, surgem as atividades de contra inteligência.

Enquanto as atividades de inteligência buscam obter informações e tirar o melhor proveito delas, as atividades de contra inteligência buscam identificar e neutralizar ações de inteligência realizadas contra um Estado ou organização.

As atividades de contra inteligência buscam neutralizar ou até mesmo contra atacar as atividades de inteligência utilizando, entre outras, técnicas de desinformação. Basicamente, as técnicas de desinformação são utilizadas passando informações sem muita relevância ou que não sejam verdadeiras para os agentes de inteligência, fazendo com que eles confiem que aquelas são as informações que procuram. Dessa forma, é possível resguardar e manter seguras as informações estratégicas e sensíveis.

Neste primeiro artigo, introduzimos os conceitos de inteligência e contra inteligência, além de apresentar algumas das principais agências de inteligência ao redor do mundo e a finalidade das atividades de inteligência e contra inteligência. Nos próximos artigos, falaremos melhor sobre algumas técnicas de inteligência, contra inteligência e um histórico das atividades no Brasil e no mundo e das agências.